sábado, 19 de outubro de 2013

Inflação volta a contaminar os preçosEm outubro, diversos produtos e serviços sofreram reajuste e IPCA-15 subiu quase o dobro de setembro



A inflação, que vinha caindo nos últimos meses, voltou a contaminar os preços de diversos produtos e serviços da economia. Em outubro, dois de cada três itens (67%) que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficaram mais caros, segundo divulgou ontem o IBGE.

Essa difusão está bem acima do que o governo considera como “confortável”, que são números abaixo de 60%, exatamente o patamar registrado em setembro. Por conta desse maior contágio dos preços, o índice total também registrou força em outubro, ao subir 0,48%, quase o dobro do resultado registrado um mês antes, de 0,27%.

A aceleração da carestia pode levar o Banco Central (BC) a elevar novamente a taxa básica de juros em novembro, para 10%, na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom). No entender de técnicos do governo, é mais urgente domar o dragão da inflação do que resguardar a bandeira dos juros baixos, que vinham sendo uma das mais importantes conquistas da presidente Dilma Rousseff no campo econômico.

Por isso, o Palácio do Planalto já deu carta branca para que o  BC  suba a Selic “quanto for necessário”, sinalizando comprometimento de levar os preços para o centro da meta de 4,5% ao ano. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou variação de 5,75%, o menor patamar desde novembro de 2012. Essa baixa, no entanto, serve mais a um efeito estatístico do que a uma menor pressão sobre os preços.

Isso acontece porque foi justamente a partir do segundo semestre do ano passado que a inflação começou a registrar forte alta, por causa da disparada dos preços dos alimentos. Agora, mesmo que mostrem aceleração frente a meses imediatamente anteriores, os índices de inflação deverão registrar números menores no acumulado em 12 meses, o que não quer dizer que a situação esteja melhor do que antes. “O resultado do IPCA-15 foi ruim não só porque surpreendeu para cima, mas porque mostra uma inflação mais resistente e mais espalhada do que anteriormente”, disse o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.

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