Sob influência dos protestos, partidos se preparam para 2014
Maior manifestação no Recife, neste ano, reuniu 100 mil pessoas no Centro da cidade no último dia 20 de junho.Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press |
Opinião semelhante tem o presidente do DEM, deputado federal Mendonça Filho. “Quem for disputar um mandato e fazer política a partir dessa realidade tem que ser muito mais cauteloso e fiel aos conceitos que fazem parte dessa grande mobilização social dos últimos tempos", reforça. Já o presidente do PT, deputado federal Pedro Eugênio, frisa que o momento é prematuro para fazer previsões e estabelecer metas. "As regras eleitorais estão ainda sujeitas a alterações no Congresso Nacional", justificou.
O secretário-geral do PTB no estado, deputado estadual José Humberto Cavalcanti, lembra que as aspirações do povo impulsionam uma preparação mais intensa por parte das legendas. Segundo ele, “surge uma necessidade de aperfeiçoamento do sistema democrático”. Alguns políticos afirmam que as manifestações não vão provocar mudanças na forma de atuação de seus partidos. É o caso do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB). "No meu caso não muda nada, pois sempre fizemos campanha com muito debate e muita discussão. Uma das coisas que espero é que o processo de compra de votos e favores, se não acabar, pelo menos diminua”.
Apesar de as discussões sobre eleições de 2014 terem esfriado publicamente, elas fazem parte do dia a dia dos partidos. Muitos deles já investem na realização de seminários, diagnósticos e pesquisas para entender o desejo do eleitorado. "Estamos estimulando os candidatos a só anunciarem a candidatura no tempo certo, mas já estamos desenvolvendo atividades que podem fazer parte da preparação", comentou o presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio.
A reportagem do Diario conversou com os presidentes dos partidos sobre a repercussão das manifestações na vida partidária e como elas vão influenciar o período de pré-campanha. Confira:
O que pode mudar na campanha para as eleições de 2014 diante dos protestos que tomaram conta do país nos últimos meses?
"De certa forma, os protestos antecipam os discursos e compromissos de quem vai ser candidato. Nacionalmente, estamos fazendo encontros para discutir o funcionamento do partido diante das manifestações no país."
"Acho que isso (os protestos) é um avanço, porque no Brasil, quando se acaba uma eleição, só se fala na próxima. As ruas estão cobrando atenção. Não se discute partido na rua, mas problemas e qualidade do serviço público, o que é muito positivo."
"Diante dos protestos, acho que todos partidos e candidatos deverão estar sincronizados com o que foi visto recentemente nas ruas. Propostas e planos vão ter que ser mais sincronizados."
"Os protestos são importantes porque mostraram que há insatisfação das pessoas. Esse fenômeno ainda não pode ser devidamente estudado, porque está em curso, mas é essencial para a classe política ouvir a população, sair do gabinete para chegar às ruas."
"Essas manifestações já levaram mudanças à pauta. O povo já pediu mudança na política e a presidente Dilma Rousseff atendeu quando propôs plebiscito e reforma política, que são frutos disso. A própria pauta vai estar muito marcada em 2014 pelo transporte publico, a saúde e a educação, que são pontos fortes e muito discutidos”.
"É preciso respeitar e considerar o nível de insatisfação da população, uma exigência ainda maior com relação ao que se tem hoje e ao que se tinha até então. Há uma mudança de paradigma, onde a população será mais exigente em relação à representação política."
"Os políticos sempre tiveram que estar atentos e preparados. Isso já deveria ser obrigação. Acho que um melhor acesso à informação pode melhorar a forma na prestação de serviços de que o povo tanto precisa, com a melhoria da educação e saúde, tanto no nível federal quanto estadual”.
"A forma de ouvir a voz das ruas é atacar os problemas com objetividade, enfrentar a realidade conhecendo as deficiências, apontar soluções para os erros cometidos e eliminar promessas que não possam ser cumpridas. Este é um caminho."
Preparativos para as eleições de 2014
PSB
Bancada atual: 4 deputados federais, 11 deputados estaduais.
A meta é aumentar as bancadas para deputado federal e estadual.
Preparação: diagnósticos as lideranças dos partido estão sento feitos m diversas cidades do Estado.
Na pauta do partido: continua com as atividades que já vêm sendo desenvolvidas em diversas áreas, como saúde e educação.
PMDB
Bancada atual: 1 senador, 1 deputado federal, 1 deputado estadual. A meta é aumentar as bancadas para deputado federal e estadual.
Preparação: seminários temáticos em diversas cidades do estado para ouvir os anseios da população. Entre os temas, as desigualdades regionais.
Na pauta do partido: educação, orçamento da união e saúde.
PT
Bancada atual: 1 senador, 3 deputados federais, 5 deputados estaduais.
Preparação: preparação das eleições internas do partido, dedicação aos pontos do pacto nacional proposto pela presidente Dilma, como o transporte público, educação, saúde e reforma política.
Na pauta do partido: reforma política, baseada na ideia de não haver mais financiamento de campanha por empresas, dentre outros pontos.
PTB
Bancada atual: 1 senador, 4 deputados federais, 6 deputados estaduais. Pretensão de aumentar as bancadas para deputado federal e estadual.
Preparação: definição de coligações, candidatos e temas para as convenções partidárias, entre 10 e 30 de junho de 2014. Reforçar as filiações.
Na pauta do partido: continua com as atividades que já vêm sendo desenvolvidas em diversas áreas, como saúde e educação.
PSD
Bancada atual: 4 deputados estaduais
Preparação: debates periódicos com a sociedade e grupos que desenvolvem trabalhos que serão levados ao congresso posteriormente.
Na pauta do partido: debates sobre temas da atualidade e a questão da saúde.
DEM
Bancada atual: 2 deputados federais, 2 deputados estaduais
Preparação: haverá uma reunião para definir pontos.
Na pauta do partido: combate à inflação. Retomada do desenvolvimento e crescimento econômico. Políticas públicas que significam avanço e educação.
PDT
Bancada atual: 2 deputados federais, 3 deputados estaduais. Pretensão de aumentar as duas bancadas.
Preparação: espera a janela de transferências partidárias para fazer um panorama sobre a situação do partido.
Na pauta do partido: crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas últimas duas décadas. Educação.
PSDB
Bancada atual: 2 deputados federais, 6 deputados estaduais.
Preparação: compromisso em continuar com os trabalhos que já vêm sendo feitos.
Na pauta do partido: entender como a política vêm sendo feita em Pernambuco, a fim de melhorar a prestação de serviços para a população.
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