quinta-feira, 25 de julho de 2013

Em Minas, 372 cidades querem médicos



Mais de 40% dos municípios mineiros se inscreveram no Mais Médicos, programa do governo federal criado com o objetivo de levar profissionais ao interior do país e à periferia das grandes cidades. O cadastramento dos interessados termina às 24h de hoje. Balanço preliminar do Ministério da Saúde apontou que do total de 853 cidades mineiras, 372 (43,6%) aderiram ao programa. Em todo o país, 2.552 municípios se cadastraram, o equivalente a 45,8% das cidades brasileiras, a maior parte delas na Região Nordeste.
No pacote anunciado no início do mês pela presidente Dilma Rousseff, Minas Gerais tem 78 cidades prioritárias para receber os profissionais da saúde. Mais da metade delas está no Norte de Minas (32) e Vale do Jequitinhonha (12), regiões mais carentes do estado. E continuam as discussões sobre o programa, que prevê, entre outras medidas, a ampliação do curso de medicina de seis para oito anos. O ministro da Educação (MEC), Aloizio Mercadante, considerou num fórum de especialistas a possibilidade de os dois últimos anos do curso ganharem o status de residência médica.
Ao concluir esse segundo ciclo, o aluno teria o diploma médico e o certificado de especialização. O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/MG), João Batista Gomes Soares, considera a proposta interessante, mas aponta ressalvas. “Não basta colocar o aluno num posto de saúde e falar que ele está fazendo residência. Isso é mão de obra barata. Os dois anos a mais podem ser uma boa ideia desde que se planeje, que o estudante tenha o acompanhamento de um preceptor e um bom ambiente de estudo”, diz.
João Batista ressalta ainda que a formação desse ciclo poderia ocorrer conforme as necessidades da população. “Atualmente, falta pediatra. A formação poderia ter o enfoque nessa área e o aluno sair apto a atuar como pediatra”, afirma. Outro estímulo, na avaliação do especialista, seria para a formação de médicos da família. “Há muito mais profissionais interessados em dermatologia, por exemplo, do que na medicina da família. Nesse caso, o governo tem que criar mais garantias para esse profissional, como um bom cargo, bom ambiente de trabalho”, diz.
Na tarde de terça-feira, cerca de 250 médicos fizeram mais um protesto, dessa vez em frente à Faculdade de Medicina da UFMG, na Avenida Alfredo Balena, região hospitalar. Eles se manifestaram contra o Programa Mais Médicos, que prevê a vinda de especialistas do exterior para vagas que não forem ocupadas por brasileiros, e contra o Ato Médico, que define atribuições da profissão. Eles decidiram por paralisação da categoria na terça e quarta-feira.
Novas UPAs serão construídas em BH
O prefeito Marcio Lacerda assinou ontem a ordem de serviço para reforma e construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em Belo Horizonte. Ao todo são uma unidade no Bairro Ipiranga, na Região Nordeste, outra na Região Norte e duas na Noroeste. Outras três, nas regiões Norte, Leste e Pampulha, serão substituídas. Os investimentos são de R$ 12 milhões.

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