domingo, 8 de maio de 2016

Redes sociais e aplicativo ajudam a criar clube com 20 mil mães na Bahia
Grupo começou com oito amigas, há dois anos, em Feira de Santana. Além de trocar informações, participantes promovem ações beneficentes.

Por Valma Silva
Do G1
Expo Mãe Coruja (Foto: Greyce Coli)Milena, Larissa e Pollyana, fundadoras e diretoras do Clube Mãe Coruja (Foto: Greyce Coli/ Divulgação)
Há dois anos, um grupo de oito amigas na Bahia, que são mães, criou um grupo de bate-papo pelo celular exclusivamente para falar dos rebentos. De lá para cá, a "turma virtual" cresceu, tomando proporções inesperadas e virou o Clube Mãe Coruja, com mais de 600 associadas e perfis com milhares de seguidores em redes sociais.
O clube é dirigido pelas administradoras Larissa Queiroz e Pollyana Serra, além da enfermeira Milena Pinheiro. Com o slogan "transformar o mundo com amor é o que nos motiva", elas têm como objetivo valorizar a união das famílias e a educação dos filhos.
Mãe Coruja (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)Um dos principais objetivos do clube é a valorizar a união da família. (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)
Larissa Queiroz conta que, inicialmente, eram apenas as oito amigas no grupo, que foram convidando outras, até que atingisse o número máximo permitido pelo aplicativo no celular. "Então, nos demos conta de como aquela ferramenta ajudava tanta gente", afirma. Como já havia uma espécie de lista para entrar, foi criado um grupo fechado no Facebook, que está com mais de 3.700 participantes.
Elas trocam informações, tiram dúvidas e dão dicas. "A gente fala de qualquer coisa que tenha a ver com maternidade. Indica estabelecimento que está vendendo fralda mais barata, bons médicos, compartilha experiências sobre comportamento infanto-juvenil", enumera Larissa. Ela detalha que os assuntos mais abordados ultimamente são prevenção da H1N1 e alimentação saudável.
Além do grupo privado, foi criada uma fan page no Facebook, um site e um perfil no Instagram. No total, são cerca de 20 mil seguidores de vários lugares. Os grupos do aplicativo ficaram restritos às associadas, que já são mais de 600. Pagando R$30 por ano, a mãe recebe uma carteira de sócia e, assim, obtém descontos em 40 empresas parceiras, entre elas cursos de idiomas, clínicas, academias, lojas. Larissa ressalta que nenhuma mãe precisa pagar para participar do grupo, apenas pela carteira.
Encontros e ações
Larissa Queiroz é administradora por formação, porém, há quatro anos largou a carreira profissional para se dedicar aos filhos: Maria Luiza, de 5 anos, e João Pedro de 3. "Minha ideia era estar mais perto deles nessa fase em que são muito pequenos e depois voltar a trabalhar. Só que hoje meu trabalho é cuidar do Mãe Coruja", conta.
O clube não atua somente no ambiente digital. As integrantes se encontram, no mínimo, uma vez por mês para ações beneficentes, momentos de oração ou de lazer, que unem pais e filhos. "Arrecadamos donativos, como alimentos e brinquedos para instituições; fazemos mutirão de doação de leite materno para o banco de leite, mobilizando as integrantes", cita.
Mãe Coruja (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)Na Páscoa, mães e filhos fizeram ovos de chocolates que foram doados para crianças que vivem em abrigos.
(Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)
Na última Páscoa, por exemplo, pais e filhos fizeram juntos ovos de chocolates que foram doados para crianças de orfanatos. As atividades são lúdicas, não contam com recursos tecnológicos e sempre envolvem pais e filhos; sem os adultos, as crianças não podem brincar. O objetivo é estreitar os laços familiares.
Larissa observa que a participação nesse tipo de evento tem crescido, já que durante a semana os pais trabalham e não têm muito tempo para brincar e conversar com os filhos. "Muitas mães sofrem por deixar os filhos sob cuidados de parentes, babás, creches. Aproveitamos para alertar que é possível e necessário tirar um tempinho para nos dedicarmos exclusivamente a eles", aconselha.
Mãe Coruja (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)Atividades lúdicas ajudam a estreitar laços de
mães e filho (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)
Uma das pessoas que aproveitam esses momentos é a economista Susane Moreira de Carvalho, mãe de Enzo, de 3 anos. Ela ressalta que Feira de Santana, a 100km de Salvador, é uma cidade com poucas opções de diversão, especialmente para crianças. "É ótimo utilizar espaços públicos, como parques, praças, promover o contato com a natureza e com outras crianças", opina.
Profissional, mãe, esposa, dona de casa, Susane faz questão de dedicar um tempo diariamente para Enzo, que passa o dia na escola e na creche enquanto ela trabalha. "No começo era difícil. Muitas vezes ele chorava quando me via sair. No grupo, pude contar com o apoio de gente que também viveu isso e vê que é normal. E passa a experiência para quem está passando por isso agora", relata.
A professora Luziane Negrão é mãe de duas meninas de 8 e 4 anos. Apesar de morar em Feira de Santana há mais de dez anos, somente depois de entrar no Mãe Coruja, ela se sentiu acolhida na cidade por encontrar pessoas na mesma situação. "A gente se trata como amigas de longas datas, mesmo que nunca tenhamos visto a pessoa com quem falamos com frequência. É uma ajudando a outra", conta.
Mãe Coruja (Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)Grupo de oração reúne mães de diversas religiões,
que se encontram uma vez por mês.
(Foto: Divulgação / Clube Mãe Coruja)
A assistente social Gliciana da Silva Lima, mãe de meninas de 15, 12 e 5 anos, tem chamado amigas para participar. "Eu me sinto tão feliz, que desejo para elas o mesmo", explica. Para ela, o destaque dentre as ações é o grupo de oração 'Mães de joelhos por filhos de pé'.
Elas se encontram uma vez por mês no auditório de uma escola, para refletir questões referentes à maternidade, sob a luz de mensagens várias religiões.
"O grupo chama a atenção de colocarmos os nossos filhos sempre em primeiro lugar em nossas vidas. O melhor trabalho que uma mãe pode exercer é cuidar bem dos filhos. Eles nos despertam uma força que nem sabíamos que existia, são a nossa parte mais sublime", comenta Gliciana.
A assistente social afirma que depois de começar a frequentar as reuniões, percebeu que as mães são as pessoas mais poderosas da sociedade. "Toda mãe tem uma autoridade concedida por Deus de gerar um ser humano. E toda mãe que luta pelos seus filhos tem a marca da vitória", finaliza.

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